Gladson faz promessas aos indígenas da comunidade Shawãdawa, também conhecida como Arara e é batizado em Festival.
- Redação 24Hrs
- 27 de jan. de 2024
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Acontecimento: Em um emocionante encontro entre o governo do estado e a comunidade indígena Shawãdawa, também conhecida como Arara, o governador Gladson Cameli participou do Festival Kãda Shawã Kaya, que acontece na terra indígena Arara do Igarapé Humaitá, Aldeia Foz do Nilo, em Porto Walter, no interior do Acre.
O governador expressou sua emoção diante da experiência, destacando a importância de vivenciar a cultura dos povos originários. "Estou emocionado. Aqui tem uma energia, e me proponho a vivenciar essa experiência para que eles [indígenas] saibam que são o termômetro do mundo. Eu não vou decepcionar os povos da floresta, os povos indígenas, e vamos fazer tudo aquilo que pudermos para que a gente possa cuidar das pessoas. Nós somos iguais", afirmou.
Durante o festival, o governador foi batizado com o nome Naytãnã, que significa homem guerreiro na língua tradicional, concedido por Aidê Lima, Kanamari, de 79 anos, a indígena mais velha do seu povo. Além do batismo, líderanças indígenas entregaram uma carta ao governador, apontando principais políticas públicas e pedidos para a comunidade, que conta com 900 indígenas e 340 alunos na rede estadual de ensino.
Entre os pedidos estão a implantação do ensino médio nas aldeias, a construção de escolas padrão com internet, placas solares e quadro efetivo completo, instalação de placas solares, construção de açudes e calendários de eventos para fomentar o turismo na região.
Em resposta, o governo destacou que algumas demandas já estão sendo atendidas, como a inclusão das festividades no calendário oficial e a construção dos açudes. Sobre a educação, afirmou que levantamentos estão sendo feitos e medidas começaram a ser tomadas.
O secretário de Estado de Turismo e Empreendedorismo, Marcelo Messias, ressaltou a importância da inclusão dos festivais tradicionais no calendário geral do Estado e como isso impacta na cultura e economia da região. "Foi uma grande conquista. Nunca tinha entrado um festival dentro do calendário cultural do Estado, e este ano, não só entrou como conseguimos incluir 23 festivais", destacou.
Aidê Lima, Kanamari, enfatizou que o festival vem resgatar tradições perdidas devido aos seringais. "Hoje em dia, quem fala mais na cultura sou eu, que sou a mais velha. Isso significa que nós estamos levando nossa cultura pra frente porque estamos esquecendo de tudo, mas agora acordamos e mostramos que essa é nossa terra e que estamos aqui", disse.
Francisca Arara, secretária de Estado dos Povos Indígenas do Acre, ressaltou a importância do evento para o fortalecimento da cultura, principalmente após a pandemia. "O festival é só festa e alegria após a pandemia, porque perdemos parentes também, então é comemoração da vida de reencontrar os anciões, receber da melhor forma possível."
O Festival Kãda Shawã Kaya proporciona uma imersão na cultura indígena, incluindo canto, dança, cerimônias, jogos, brincadeiras, sessões de cura, manifestações culturais e práticas espirituais. Para chegar até a aldeia, é necessário enfrentar as curvas do Rio Juruá e navegar pelo igarapé Cruzeiro do Vale, uma jornada que leva mais de oito horas de barco. O evento não apenas reforça a identidade da etnia Shawãdawa, mas também contribui para a economia local, oferecendo uma experiência única aos participantes.
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