Vendas de cimento recuam em agosto, mas acumulado do ano ultrapassa 44 milhões de toneladas
- comunicacao deolhonoacre
- há 28 minutos
- 2 min de leitura
Setor registra queda mensal de 2,5%, mas mantém crescimento de 2,8% no comparativo anual; mercado imobiliário e confiança da construção impactam desempenho

As vendas de cimento no Brasil totalizaram seis milhões de toneladas em agosto de 2025, o que representa uma queda de 2,5% em relação ao mesmo mês de 2024. Apesar do recuo, o acumulado do ano até agosto chegou a 44,2 milhões de toneladas, crescimento de 2,8% na comparação com igual período do ano passado, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).
O mercado imobiliário, principal consumidor do insumo, registrou retração de 6,8% nos lançamentos no segundo trimestre em relação a 2024. O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) também apresentou queda de 15,5% nos lançamentos no mesmo intervalo, reduzindo sua participação no setor.
A expectativa negativa refletiu no índice de confiança da construção civil, que atingiu o menor nível desde maio de 2021, influenciado por dificuldades de acesso a crédito e escassez de mão de obra.
Na indústria, a confiança empresarial caiu ao menor patamar desde a pandemia, em meio ao aperto monetário e às incertezas geradas pelas novas taxações americanas sobre produtos brasileiros. Esse cenário pode afetar o consumo de cimento nos próximos meses.
Ainda assim, o setor mantém otimismo com a tradicional recuperação das vendas no segundo semestre. O presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna, destacou que a meta do governo federal de construir dois milhões de moradias pelo MCMV até 2026 deve demandar 10 milhões de toneladas de cimento no período.
Ele ressaltou ainda o avanço de sistemas construtivos como a alvenaria estrutural e a parede de concreto, que oferecem maior economia, agilidade e competitividade.