Da gíria do Pará ao projeto nacional: Gaby conta o que a inspirou para o “Rock Doido”
- Redação De Olho no Acre
- há 1 dia
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O rock que a cantora se referiu é uma gíria do Pará que significa festa. Neste novo trabalho, ela lançou um álbum com 22 faixas e um filme
Gaby Amarantos lançou seu novo projeto, o “Rock Doido”, com 22 músicas e várias participações especiais, misturando diversos gêneros musicais. Em entrevista , a rainha do tecnobrega explicou o que a inspirou para lançar o álbum, assim como a mensagem que quer passar para os fãs e a importância do seu trabalho, diretamente do Pará para o mundo.

“Meu novo projeto, porque consiste num filme, no full álbum, e através dessa experiência as pessoas vão compreender, ou não, porque ‘Rock Doido’ não se explica, é para confundir, fazer o povo dançar, curtir, vibrar, pensar, refletir e, principalmente, é um lugar onde a gente se inspirou nesse movimento que nasceu nas periferias, que nasceu nas aparelhagens. O momento frenético do fogo, da pirotecnia, da euforia, é o momento do ápice de uma festa de aparelhagem”, explicou.
A artista contou como surgiu a ideia de fazer o trabalho em dobro: “Eu estava numa festa… Eu sempre trago pessoas de fora para conhecer as aparelhagens e nesse dia eu estava com um grupo grande, de uma galera que tinha paulista, mineiro, carioca. Quando a galera viu o momento do rock doido na festa, que é um momento especial, fogo, a gritaria, loucura, as pessoas ficaram tão impressionadas, impactadas, que eu entendi: ‘Esse é o meu próximo trabalho, é isso que eu quero mostrar para o Brasil'”.

Para quem confundiu o “Rock Doido” com o gênero rock and roll, Gaby destacou que “rock” é uma gíria do Pará que significar sair, se divertir, beber e festejar. “E o álbum tem participações de Lauana Prado, Viviane Batidão e Gangue do Eletro. São artistas incríveis e cada um traz um tempero diferente para cada música. E para a gente poder misturar esse grande ‘Rock Doido’, que é a mistura do tecnobrega com tecnomelody, tem carimbó, tem ponto de umbanda, tem música evangélica, com música católica, samba. É mostrar essa grande maniçoba cultural que é a música do Brasil, que é a música brasileira produzida na periferia de Belém do Pará”, detalhou.
“Quero passar para as pessoas esse sentimento de como é estar em uma festa de aparelhagem no bairro do Jurunas, na periferia de Belém… ‘Arrume-se Comigo’ é a segunda faixa, a terceira se chama ‘Short Beira Cu’… Vou com meu shortinho curtinho, fala da moda, da estética. A quarta, ‘Mamãe Mandou’. E aí vai contando toda uma narrativa de uma mulher que é da periferia, cheia de contas para pagar. E aí ela joga as contas para o ar e fala: ‘Quer saber, deixa eu espairecer, deixa eu ir para o rock, deixa eu ser feliz e aí depois vai vir a solução para pagar minhas contas'”, mencionou sobre algumas faixas.

A respeito da importância do novo trabalho para a música brasileira, a cantora explicou: “É de uma importância imensa, 1.000% para a música brasileira, porque, para além de ele colocar no mapa do Brasil essa sonoridade, que já é um movimento que acontece há muitos anos aqui em Belém, pelo menos há uns oito anos que o rock doido nasceu, é uma realidade, mas todo movimento cultural, para ele poder estourar, furar a bolha de um país, ele tem que maturar [amadurecer] bastante”.
“Tem um ditado japonês que fala ‘antes de você dar a volta no mundo, você tem que dar três voltas no quintal da sua casa’, então o ‘Rock Doido’ já deu essas três voltas no quintal da sua casa norte e agora ele está pronto para ganhar o mundo, entrar no mapa da música brasileira finalmente, porque assim como a gente tem estilos como piseiro, brega, funk, sertanejo e pagode, o rock doido tem que estar inserido como um estilo musical que abraça todo esse movimento da música da periferia feita no Pará, do tecnobrega, do tecnomelody, do próprio brega e de toda essa força criativa que a gente faz”, defendeu a cantora.
Sobre os próximos projetos, Gaby enfatizou a dedicação neste recém-lançado: “Meu projeto no momento é foco total no ‘Rock Doido’… A gente ensaiou muitas noites para poder fazer esse filme na periferia de Belém, envolvendo a comunidade, o audiovisual com a dança, porque tem mais de 150 dançarinos de companhias de dança e grupos de dança aqui de Belém, Potentes do Brega, Cia Caos e Cia Cabanos, os nossos artistas com as nossas aparelhagens, as carretinhas de som, quadrilhas meninas.”
Por: portal LeoDias
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