China injeta R$ 27 bilhões no Brasil e fortalece laços com Lula: “Parceria nunca foi tão necessária”
- Redação Renalice Silva - Geral
- há 15 horas
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Em um momento de crescente instabilidade geopolítica e disputas comerciais globais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira (13), em encontro oficial com o presidente chinês Xi Jinping, que a relação entre Brasil e China “nunca foi tão necessária”. A fala ocorreu em Pequim, durante a missão oficial brasileira ao país asiático, que rendeu um pacote bilionário de investimentos e mais de 20 acordos bilaterais.

Segundo Lula, a parceria com a China ganha ainda mais relevância diante das tensões comerciais lideradas pelos Estados Unidos e da crise internacional causada pelas guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. “Guerras comerciais não têm vencedores. Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis em todos os países”, afirmou o presidente brasileiro, ao lado de Xi Jinping.
Na véspera, o governo brasileiro havia anunciado que a China fará investimentos de R$ 27 bilhões em diferentes setores no Brasil, como energia limpa, mobilidade elétrica, mineração, delivery, agronegócio, tecnologia e bebidas.

Entre os destaques dos aportes estão:
R$ 6 bilhões da montadora GAC para expansão no setor automotivo;
R$ 5 bilhões da Meituan, plataforma de delivery que promete gerar até 100 mil empregos;
R$ 3 bilhões da CGN para um hub de energia renovável no Piauí;
R$ 5 bilhões da Envision para instalação de um parque industrial neutro em carbono;
R$ 3,2 bilhões da rede Mixue, que deve estrear no Brasil com foco em sorvetes e bebidas.
O presidente Xi Jinping, por sua vez, reforçou o discurso contra o protecionismo e defendeu o fortalecimento da parceria estratégica com o Brasil. “China e Brasil vão defender juntos o livre comércio e o sistema multilateral”, afirmou o líder chinês.
Críticas às guerras e à ordem global
Durante o pronunciamento conjunto, Lula reiterou as críticas às guerras em curso no mundo, com destaque para os conflitos na Ucrânia e em Gaza. “Superar a insensatez dos conflitos armados é pré-condição para o desenvolvimento”, disse.
Em nota conjunta, os governos de Brasil e China afirmaram apoio a uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia e se colocaram à disposição para atuar como mediadores nas negociações. Também foi reiterado o apoio ao princípio de “Uma Só China”, com o Brasil reconhecendo Taiwan como parte inseparável do território chinês.
Comércio, ONU e acordos bilaterais
A visita de Lula à China também teve como foco o comércio bilateral. A ApexBrasil identificou mais de 400 oportunidades de negócios com os chineses, especialmente no agronegócio. A comitiva brasileira – formada por 11 ministros, o presidente do Senado, parlamentares e cerca de 200 empresários – participou da inauguração de um novo escritório em Pequim voltado à exportação de carnes para o mercado chinês.
Além disso, os países assinaram 20 protocolos e memorandos nas áreas de agricultura, aeroespacial, ciência, tecnologia e infraestrutura. Outro ponto destacado foi a defesa da reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), considerada essencial para garantir a paz e o equilíbrio internacional.
“Apesar dos mais de 15 mil quilômetros que nos separam, nunca estivemos tão próximos”, concluiu Lula.
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