Bocalom desafia Câmara e mantém superintendente acusado de assédio na RBTrans
- Redação De Olho no Acre
- há 2 dias
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Prefeito de Rio Branco ignora decisão dos vereadores que aprovaram o afastamento de Clendes Vilas Boas e afirma confiar no gestor mesmo após oito denúncias de servidores.
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), declarou nesta quarta-feira (3) que não seguirá a decisão da Câmara Municipal que aprovou, por 12 votos a 1, o afastamento de Clendes Vilas Boas, superintendente da RBTrans, alvo de denúncias de assédio moral. Em entrevista coletiva, o prefeito saiu em defesa do aliado político, classificando as acusações como “sem fundamento” e fruto de tentativas de prejudicar a imagem do gestor.

— Não é justo que comecem a criar denúncias, a princípio, sem fundamento nenhum. Conheço o Clendes há 30 anos e confio na sua integridade. Ele continua na gestão e sob a minha confiança — disse Bocalom.
O prefeito ainda destacou a facilidade de destruição de reputações nos dias atuais.
— Hoje está muito fácil destruir a reputação de alguém que não atenda aos seus interesses! Basta montar uma denúncia dessas! — opinou.
Denúncias em série
Apesar da fala do prefeito, a Comissão dos Direitos das Mulheres da Câmara já reuniu oito relatos de servidores e ex-servidores que acusam Vilas Boas de perseguições, humilhações e divisão no ambiente de trabalho. O relatório foi entregue ao Ministério Público do Acre (MP-AC) e ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Duas ex-servidoras, Marília Rodrigues e Daniela Paiva, relataram publicamente situações de constrangimento vividas na autarquia. Além disso, vereadores afirmaram ter recebido uma carta anônima com novos casos, ampliando a gravidade das acusações.
Convocado a prestar esclarecimentos em audiência no último dia 19 de agosto, o superintendente não compareceu, alegando problemas de saúde. Desde então, está afastado do cargo por recomendação médica.
Defesa e resistência
O próprio Clendes Vilas Boas nega as acusações e informou que apresentará provas de sua inocência, além de registrar boletim de ocorrência contra os denunciantes.
Já os vereadores argumentam que o afastamento aprovado é fundamental para garantir a lisura das investigações, sem interferência do acusado na rotina da RBTrans.
Prefeito reforça posição
Mesmo diante das pressões políticas e da mobilização de parlamentares, Tião Bocalom garantiu que não pretende ceder. Para ele, os relatos contra Vilas Boas não passam de “desentendimentos internos” que não justificam a perda de comando da superintendência.
— Se lá na frente tiver alguma coisa de desvio, de erros, a gente toma outras providências. Mas, por enquanto, não — concluiu o prefeito.
A decisão de Bocalom deve intensificar o embate entre Executivo e Legislativo em Rio Branco, enquanto o caso continua sob investigação do Ministério Público.
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