Rio Branco: Falta de Saneamento Básico Ameaça Saúde Pública
- Redação 24Hrs
- 20 de mar.
- 3 min de leitura
Saneamento precário causou mais de 340 mil internações e 11 mil mortes no Brasil: crianças são as mais afetadas.
A ausência de saneamento básico segue causando um impacto alarmante na saúde pública brasileira. Em 2024, mais de 340 mil pessoas foram internadas no Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrência de doenças associadas à falta de infraestrutura adequada, no tratamento de doenças como diarreia, hepatite A, malária, leptospirose, conjuntivite e dengue. Além disso, 11 mil mortes foram registradas nos últimos dois anos em razão dessas enfermidades.
O cenário é ainda mais preocupante para as crianças entre 0 e 4 anos, que representam a faixa etária mais vulnerável. A exposição constante à água contaminada e condições insalubres compromete não só o desenvolvimento físico, mas também o intelectual e neurológico dos pequenos. Mulheres, idosos e populações indígenas, pardas e amarelas também integram os grupos mais afetados pela precariedade do saneamento.
Dados alarmantes revelam que aproximadamente 35 milhões de brasileiros ainda vivem sem acesso à água tratada e também não dispõem de serviços de coleta de esgoto. Essa carência resulta em milhares de internações e óbitos anuais devido a doenças que poderiam ser evitadas com infraestrutura adequada nas cidades.
A situação é ainda mais preocupante na Região Norte, que, apesar de abrigar 8,72% da população brasileira, recebeu apenas 3,77% dos investimentos em abastecimento de água entre 2014 e 2018.
Essa disparidade contribui para a persistência de indicadores negativos de saneamento na região.

Rio Branco: Um Retrato da Crise de Saneamento
Em Rio Branco, capital do Acre, a situação não é diferente. Com uma população de aproximadamente 365 mil habitantes, cerca de 170 mil não têm acesso a serviços essenciais em tratamento de esgoto e o mais Alarmantemente é que, apenas 0,72% do esgoto gerado na cidade é tratado, evidenciando a gravidade do problema.
Em 2024, a capital acreana, Rio Branco, perdeu três posições no ranking do saneamento básico, elaborado pelo Instituto Trata Brasil, e apareceu entre as 20 piores cidades pelo sexto ano seguido.
Conforme os dados presentes no estudo “Avanços do Novo Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2024”, Rio Branco foi a capital com o menor índice de tratamento de esgoto entre 2018 e 2022. Em 2018, o índice era de 33,05%, mas caiu drasticamente para 0,72% em 2022, segundo em queda alarmante.
Isso significa que apenas 0,72% do esgoto gerado na cidade é tratado, evidenciando a gravidade do problema.

Essa deficiência coloca Rio Branco na 24ª posição entre as capitais brasileiras em termos de qualidade de saneamento básico, ficando à frente apenas de Macapá (AP) e Porto Velho (RO).

A falta de investimentos adequados e a ausência de políticas públicas eficazes agravam a situação, resultando em um aumento expressivo de doenças relacionadas à falta de saneamento, como diarreia, malária, dengue e leptospirose.
A Organização Mundial da Saúde estima que, anualmente, 15 mil pessoas morram e 350 mil sejam internadas no Brasil devido a essas doenças, com as regiões Norte e nordeste sendo as mais afetadas.
A crise de saneamento básico no Brasil, exige ações urgentes e investimentos para Garantir acesso universal à água potável e a serviços de esgoto que não são apenas uma questão de infraestrutura, mas uma necessidade fundamental para a saúde pública e a dignidade humana.
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