Hospital Improvise: Bebê de 3 Meses Recebe Oxigênio com Embalagem de Bolo no RN
- Da Redação
- 11 de jun. de 2024
- 2 min de leitura
Incidente em Santa Cruz destaca precariedade na saúde pública enquanto bebê aguarda transferência para UTI pediátrica.

Em um exemplo dramático das dificuldades enfrentadas pelo sistema de saúde, um hospital municipal em Santa Cruz, no Agreste potiguar, utilizou uma embalagem de bolo como máscara de oxigênio para um bebê de três meses.
O caso, confirmado pela direção técnica da unidade, expôs a urgência e a criatividade necessárias em situações críticas.
O bebê, de três meses e 20 dias, foi internado no último sábado (8) com sintomas graves de bronquiolite, incluindo desconforto respiratório, febre, congestão nasal, rinorreia, vômitos e diarreia.
A equipe médica, diante da falta de equipamentos adequados e à espera de uma vaga em uma UTI pediátrica, recorreu ao uso improvisado do material descartável para fornecer oxigênio ao paciente.
Em nota, o hospital explicou que, devido à severidade do quadro clínico, foi necessário improvisar um leito semi-intensivo. A médica plantonista adaptou a embalagem de bolo para suprir a necessidade imediata de oxigenação do bebê enquanto aguardava transferência.
"A situação do paciente era clinicamente grave, com desconforto respiratório e taquidispneia", detalha a nota. A medida improvisada foi crucial para estabilizar temporariamente a condição do bebê.
Nesta terça-feira (11), o bebê foi transferido para o hospital Varela Santiago, em Natal, em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O médico Francisco Júnior, que acompanhou a transferência, destacou a importância do improviso.
"São alguns improvisos que a gente precisa fazer. Realmente ajudou bastante o rapazinho a voltar a respirar bem, a ter uma boa penetração de oxigênio no pulmão. Foi fundamental para ajudar na recuperação dele", afirmou.
O acontecido levanta questões urgentes sobre a necessidade de melhorias na infraestrutura e nos recursos disponíveis nos hospitais municipais, especialmente aqueles que não são referência em urgência materno-infantil.
A criatividade e o empenho dos profissionais de saúde, embora notáveis, não devem substituir a necessidade de investimentos adequados para garantir o atendimento seguro e eficaz dos pacientes.
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