“Entrou para se tratar, saiu morto”: Família denuncia abandono e maus-tratos no Pronto-Socorro de Rio Branco
- Redação 24Hrs
- 10 de mai.
- 4 min de leitura
Por: Redação | Com informações da família da vítima
Um caso revoltante voltou a expor a precariedade do sistema público de saúde do ACRE, colocando mais uma vez o pronto-socorro de rio branco no Centro das atenções.
Conforme informações da família, Reinaldo Silva da Cunha, de 40 anos, morreu no Pronto-Socorro de Rio Branco na madrugada deste sábado (10) após uma internação marcada pelo abandono, maus-tratos e uma série de condutas que seus parentes classificam como negligência criminosa.

Segundo o relato de familiares, o paciente deu entrada na unidade no dia 8 de maio, encaminhado pelo médico Diógenes C. Dantas, da Fundação Hospitalar do Acre, que identificou a necessidade de internação para tratar um problema no Figado. No entanto, o que se seguiu foi um verdadeiro reverso do que o médico atestou inicialmente, resultando em abandono e sofrimento no Pronto-socorro de rio Branco, terminando com a morte do paciente.

Ainda Segundo familiares, Reinaldo passou dias sob tratamento desumano, sendo constantemente negligenciado por pessoas que se diziam funcionários da unidade. Pessoas essas que não se apresentavam como médicas discutiam procedimentos, questionavam até mesmo decisões clínicas e tomavam atitudes que, segundo os familiares, podem ter agravado o estado de saúde do paciente.
Conforme a Família, na sexta-feira (9), durante a troca de turnos, um episódio revoltante evidenciou o nível de abandono: uma marmita teria sido jogada sobre Reinaldo, sujando-o completamente de comida, fato presenciado por um parente que havia acabado de chegar à unidade. O paciente, visivelmente fraco, continuou jogado em um leito no 4º andar do hospital, sem alimentação por mais de 24 horas, após reclamação da família com o episódio e sem qualquer monitoramento médico regular, fato que pode ter contribuído significativamente para a piora do quadro clinico.
Diante do relato do silêncio dos médicos passado por outros familiares, a sobrinha de Reinaldo, Rosiane da Cunha conseguiu, com muito esforço, contato com uma mulher identificada como “Mônica”, que se apresentou como sendo uma suposta assessora do secretário de saúde estadual Pedro Pascoal. Mônica, SUPOSTA assessora, por sua vez, teria orientado que a família retirasse o paciente da unidade, alegando que ele havia recebido “alta médica”, mesmo em estado gravíssimo.
De forma ainda mais absurda, a liberação de Reinaldo dependia de oxigênio externo, e a alimentação — que deveria ser feita por sonda — ficaria totalmente a cargo da família, fato esta que a família não aceitou.
Diante dos fatos, a família denunciou que, mesmo diante do agravamento do quadro clínico, nenhum médico tomou providências imediatas. Somente após muita insistência, Reinaldo foi levado para avaliação e submetido à entubação urgente.
No entanto, os parentes alegam que a equipe médica não prestava informações sobre o estado do paciente e o que iria ser feito. Pior: relataram que, após a entubação, foram informados uma única vez de que a medicação administrada poderia ser fatal.
“Que tipo de remédio é esse que aplicam no Pronto-Socorro e que pode levar a morte do paciente?”, questionou, indignada, uma das sobrinhas da vítima.
Sem estrutura e com o paciente completamente debilitado, Reinaldo foi a Óbito na madrugada de sábado (10). Rosiane da Cunha falou com a assessora de pedro informando sobre a suposta negligência médica.
Segundo o laudo de óbito, aponta que: 1:52 da manhã foi a hora da morte de Reinaldo e ainda pela manha a sobrinha Rosiane da Cunha, de 40 anos, recebeu mensagens dizendo que ele estaria estável.
A causa da morte só foi informada após muita insistência da sobrinha do paciente "estudante da área da saúde" Rosiane da Cunha, de 40 anos, que teve de se dirigir pessoalmente ao hospital, onde o médico plantonista Dr. Demétrio emitiu o atestado de óbito.

O documento indicava choque séptico pulmonar, sendo totalmente o oposto do que ele havia sido encaminhado inicialmente para internação, o fato foi ocorrido ainda na madrugada. A família afirma que ninguém foi avisado do agravamento da situação até horas após a morte.
O choque séptico pulmonar é uma condição grave causada por uma infecção que se espalha pelo corpo, resultando em uma resposta inflamatória excessiva e comprometimento de órgãos, incluindo os pulmões.

Segundo o relato da família. Reinaldo morreu: desamparado, negligenciado e invisível aos olhos de um sistema de saúde que parece ignorar a dignidade humana. A família descreve o tratamento recebido como desumano, semelhante ao destinado a pessoas em situação de rua e sem a mínima empatia por parte das pessoas que eram para ser profissionais da unidade.
A família de Reinaldo agora busca justiça e pretende acionar o Ministério Público, a Defensoria Pública e órgãos de direitos humanos para que o caso seja investigado com a devida prudência e com a devida imparcialidade e os responsáveis sejam punidos.
A reportagem continua tentando contato com a direção do Pronto-Socorro de Rio Branco, a Sesacre e o secretário Pedro Pascoal. Que não atende as ligações e que só responde por terceiros sobre a responsabilidade que cabe ao seu cargo. Até o fechamento desta matéria, nenhum retorno foi recebido.
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