Acordão às escondidas: Aliados do prefeito aprovam sozinhos empréstimo de R$ 67 milhões e empurram dívida para o povo pagar
- Redação De Olho no Acre
- 14 de mai.
- 2 min de leitura
Com manobra vergonhosa e ausência total da oposição, vereadores da base do prefeito passam projeto milionário que endivida Rio Branco sem debate e sem transparência

Num ato que escancara o desrespeito à democracia e agrava o endividamento do povo, a Câmara Municipal de Rio Branco aprovou na surdina, na tarde desta quarta-feira (14), o Projeto de Lei Complementar nº 10/2025, que autoriza a prefeitura a contrair um empréstimo de R$ 67 milhões junto à Caixa Econômica Federal. O dinheiro será usado para comprar 50 ônibus, mas o preço real será pago pela população, que verá o município mergulhar em mais uma dívida milionária.

A votação aconteceu sem a presença de nenhum vereador da oposição, após uma manobra que revoltou quem ainda acredita em respeito ao processo legislativo. Um acordo de plenário havia definido que a discussão seria retomada apenas na quinta-feira (15), mas o presidente da Câmara, Joabe Lira (União Brasil), descumpriu o combinado e convocou, de última hora, a retomada da sessão. Resultado: só os aliados do prefeito estavam no plenário, e aprovaram o projeto por unanimidade entre si, sem contraponto, sem transparência, sem vergonha.

Estavam presentes e votaram a favor do projeto os vereadores da base aliada, como:
Aiache, Antônio Morais, Bruno Moraes, Elzinha Mendonça, Felipe Tchê, João Paulo Silva, Leôncio Castro, Matheus Paiva, Moacir Júnior, Márcio Mustafa, Raimundo Neném, Rutênio Sá, Samir Bestene.
Já os opositores Neném Almeida, André Kamai, Éber Machado e Zé Lopes sequer foram avisados a tempo. A oposição acusa a presidência da Casa de quebra de acordo, desrespeito ao regimento e fraude política, prometendo levar o caso ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas.
A urgência suspeita do projeto teve até acompanhamento presencial do articulador institucional da prefeitura, Jonathan Santiago, que esteve o dia todo na Câmara articulando os votos. Segundo a prefeitura, as empresas que vencerem uma futura licitação vão operar os ônibus e ficarão responsáveis pelas parcelas do empréstimo — mas o contrato é feito em nome do município, o que significa que se algo der errado, quem paga é o povo.

Com a publicação prevista para o Diário Oficial desta quinta-feira, o que se vê é mais uma decisão bilionária feita sem debate, sem transparência e sem a voz da oposição, em uma clara demonstração de que o interesse público foi atropelado pela pressa política.
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